Fernando Cyrino

Caminhando e saboreando a vida.

Textos

Eu, sonho maravilhoso de Deus no mundo
Numa sociedade comandada pelo econômico, somente o que é gerador de algo que possa ser computado como dinheiro é valorizado. Que esse tipo de valorização é excludente e anti-evangélica, não há a menor dúvida. Só que não é só isto. Considerar como valorosos apenas os criadores de riqueza econômica é incensar o falso deus do dinheiro. É considerar também a grande maioria das pessoas do mundo como desnecessárias, ou usando a linguagem do mercado, como incompetentes.
Todos somos muito competentes. Temos bem mais capacidades do que imaginamos. Afinal, somos seres criados por aquele que excede em competências e é bastante óbvio que Ele não criaria filhos incapazes para realizar algo bom que esteja na direção da construção do Reino. Se fizesse isto deixaria de ser Deus e estaria passando para todos nós o próprio atestado de incompetente.
Somos todos talentosos, temos incontáveis competências. Não importa se sejam ou não valorizadas.  Implica que tenhamos consciência dessa riqueza imensa que o Pai nos dá. Dizendo de outra maneira: que estejamos conscientes de que somos sonhos maravilhosos de Deus. Homens e mulheres capazes de coisas das quais nem somos capazes de imaginar.
Se fazemos mau uso dos dons que recebemos e nos tornamos pequenos, é problema nosso. Deus nos cria para o mais. Ele nos faz assim para que cresçamos e para tal nos oferece muitas condições. Estas são as qualidades, dons, talentos e competências de cada um de nós. Depois de termos refletido nesses meses sobre as  paixões e pecados de raiz que trazemos, é chegada a hora de vermos mais de perto as nossas possibilidades e potencialidades.
De vez em quando é bom dar uma parada para se fazer um inventário de tudo que Deus me dá. Ele nos faz novos a cada dia (se faz novas todas as coisas, imaginemos então o que não está fazendo nos seus filhos e filhas...). Nessa ótica de que viajamos na terra para o crescimento, que aproveitemos a jornada para um levantamento de  tudo o que o Senhor nos dá de Talentos (sim, merece ser escrito com maiúscula). Vejamos se somos capazes de já ir trabalhando três listas (podem ser mentais a princípio) que recebemos de graças:
1 – Que dons tenho já desenvolvidos? O dom desenvolvido é aquele que está à disposição dos demais no trabalho, na comunidade, entre os amigos, na família... Reparem que não vou entrar aqui na "régua" capitalista. Não importa se a sociedade valorize ou não o que sinto que Deus me dá. Importa que seja algo que faça o mundo melhor à minha volta.
2 – Que dons eu sinto que tinha e em algum momento da vida, alguém me fez ver que não valeria a pena continuar ou investir nele? Pode ter sido porque “isso não dá dinheiro”,  “isso não é coisa que alguém da nossa classe faça”, “você não tem vergonha de fazer isto?”, “acha mesmo que as pessoas gostam disso”, "vai pagar mico", as pessoas vão rir de você”, "isto não é necessário"e tantos outros tipos de ducha de água fria. Pode ser também que nós mesmos nos bloqueamos, por algum motivo: respeito humano, vergonha, foco no econômico, outras prioridades, etc.
3 – Quais dons Deus me dá e eu ainda mantenho como sementes? Nem falo e nem tenho muita clareza deles, mas sinto que os tenho. Pode ser que não os haja desenvolvido por preguiça, porque isto me traria mais exigências na vida, me colocaria em evidência, por falsa modéstia e tantas outras desculpas.

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Fernando Cyrino
Enviado por Fernando Cyrino em 16/09/2010
Alterado em 08/12/2011


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