Fernando Cyrino

Caminhando e saboreando a vida.

Textos

Gratidão
Salvara a vida da professora. Sorria ao se lembrar, tanto tempo depois, daquele dia na sala de aula. Bobagem pensar que a houvesse salvado, mas foi esta exata palavra a que lhe veio à mente agora. Os fatos na medida em que passa a vida vão perdendo profundidade. Ficam simples, tornam-se eventos prosaicos, sentencia. Mas como tinha ficado orgulhosa do que realizara. Lera numa revista que a primeira coisa a se fazer, quando diante de um caso de epilepsia, era segurar a cabeça do doente e não deixar que a língua dele enrolasse, sufocando-o.  
Final de aula e Tia Cida escrevia no quadro a lição de casa. Vira-se de uma vez para a turma e foi aí que notara o olhar perdido da professora. Primeiro como em câmera lenta, depois, de uma vez, o baque da queda. No chão começa a se contorcer. A convulsão é forte e ela se debate descontrolada.  Todos gritavam desesperados sem entender o que se passava. Só ela mantinha a calma. Serena, parecendo uma adulta, levanta-se e vai até a frente. Lembra-se de que os gritos iam aumentando a cada passo seu em direção às convulsões. Ajoelhou-se e tentava, meio inutilmente, prender entre as perninhas aquela cabeça que em movimentos descompassados a sacudia. Corajosa enfiou os dedos na sua boca e desenrolou a língua. Fez igualzinho tinha lido e visto no desenho da revista.
Não agüentaria mais um segundo. As forças eram desproporcionais demais. Tia Cida já iria se libertar da chave de pernas, para bater de novo a cabeça fortemente em volta e se machucar sério. Foi então que eles chegaram. Alertados pela gritaria entraram em desabalada carreira sala adentro, o diretor e imediatamente atrás dele uma servente. Recorda-se de que parecia que não a viam quando a empurraram assumindo o seu lugar.  
Passado o acidente todos os grandes eram só elogios para com ela. Tinha gente que dizia da sua coragem por ter se exposto assim à doença. Perguntavam se tinha lavado as mãos com álcool e por quanto tempo tinha sido esta assepsia. Gente mais que ignorante, pensara então. Com as crianças fora diferente. Somente Cecília e Bianca, mais amigas, vieram falar com ela sobre o assunto. Os demais nada. Era como se não tivesse ocorrido algo importante. Será que não viram? Será que não perceberam a grandeza do seu ato? Caso achassem mesmo que não fosse nada, por que foi então que gritaram tanto?
Tinha oito anos e aquele sentimento que sentira tão forte era muito bom. Nunca iria se esquecer das palavras que, tanto na escola quanto depois em casa, recebera. Palavras cheias, todas elas, de louvores. “Parabéns e que você continue sendo pela vida toda esta menina assim tão bonita, simples e sempre prestativa, viu? Não deixe que o orgulho pelo que você faz de bom tome conta do seu coração”. Esta foi a fala do Diretor para ela no dia seguinte e dela nunca que poderia se esquecer.  Passaram-se uns dias e Tia Cida voltou. Não falou nada. Nem um obrigada ela dizia. Será por que as pessoas se esquecem que são ajudadas? Lembra de ter se feito uma pergunta mais ou menos assim.
Era comum que auxiliasse a mãe nos cuidados com Frank e Márcio, os gêmeos três anos mais novos do que ela. Olhando o passado agora, depois de tanto tempo, fica bem evidente que depois do “ataque da professora”, que horror, era assim que falavam, tomou mais consciência ainda do quão bom era esse negócio de ajudar. Daí que até começava a pensar que era muito melhor que mamãe para olhar os meninos.  
Reconhece este sentimento gostoso em muitos outros momentos da vida, mas aquela fora a primeira vez que o sentira assim de forma tão clara. Adolescente, ela era aquela que tinha à mão tudo aquilo que pudesse ser necessário a algum amigo em necessidade. Não importava qual fosse. Sua bolsa, todos sabiam, tinha um verdadeiro arsenal de utilidades. De esparadrapo a um bocado de cotonetes, de mertiolate a cola, de isqueiro a pastilha para garganta. Por lá tinha até agulha e linha de costura, além de um punhadinho de sal. É para aqueles que têm pressão baixa. Era como explicava o minúsculo pote quando alguém não compreendia o porquê daquilo na bolsa. Até um pedaço de barbante carregava.  E como era bom que viesse alguém precisado e então pudesse tirar da bolsa mágica aquele item que lhe amenizaria a dificuldade.
O primeiro namorado não era mesmo para dar certo. Garoto chato que ficava, cheio de dedos, incomodado com os cuidados que tinha com ele. Como amar sem estar cuidando? Assim é o amor e ponto. Mas tem gente que não compreende o que é o sentimento de gostar mesmo, sem medidas e Diogo era um desses. Falava que ela queria saber demais da vida dele, que era intrometida e dizia-se assustado por ela adivinhar o que ele estava pensando ou querendo. Um dia até me chamou de bruxa. Vê se pode? Nunca se esquecera de tal absurdo, como dizer algo assim de alguém que só reconhece a necessidade das pessoas porque tem o coração tão grande e que só sabe amar e servir?  
Casou-se com Armando. Amor à primeira vista existe? Óbvio que sim. Bateu o olho e com cinco minutos de conversa ele já tinha caído na rede.  Foi lindo aquele primeiro momento de tomada de consciência do seu poder tão grande de sedução. E melhor ainda é que ele sempre deixou que o olhasse. Nunca se incomodara com seus cuidados. Sinto-me bem assim. Ele precisa tanto de mim e estou aqui para isto. Não é assim o amor? Ah, como era bom cuidar dos detalhes da vida dele. Da roupa, sapatos, comida, isto nem que devia contar. Acho que é a obrigação de quem ama.
Até hoje tem dúvidas se Armando pelo menos desconfiava disto. É que, discretamente, acompanhava a sua agenda e assim, delicadamente nas conversas e entrelinhas, podia influenciar nas coisas que ele tinha que fazer no trabalho e mesmo na vida social.  Fiz errado? Claro que não. Tanto que demos e damos tão certo até hoje. Vejam como Armando é bem sucedido? Vende o que se coloca na mão dele. Esta auto-estima elevada, esta competência que tem, ele deve muito a mim. Será que alguém duvida disto? Será que ele tem dúvidas?  
Os filhos foram chegando e já não era mais só o marido para ser cuidado. Eles sempre me exigiram muito. Flávia, principalmente, que nasceu prematura sempre requerendo maiores cuidados. Gripada semana sim outra não a coitadinha. Foram tempos pesados e difíceis. Três filhos encarreirados e a do meio assim sempre doentinha. Dei conta. Sou mulher de muita fibra. De raça forte, apesar de que de uns tempos pra cá tenho me visto mais doente. Reflete de olhos fechados deixando passar, como se não a tivesse notado, a recordação das tantas vezes que também adoecera vida afora.  
As crianças cresceram e não têm hoje a precisão de mim como no passado. Armando teve que mudar de firma. A dele quebrou e esta agora o coloca pra viajar muito. Hoje mesmo nem sei em qual cidade e em que hotel está dormindo. Faço as malas dele e as desfaço na volta. Ele não gosta de sapatos novos. Diz que machucam o calcanhar, mas mesmo sendo bem velhos parecem novos tão bem sou capaz de cuidar deles. Chato que me sinta mais sozinha de uns tempos pra cá e isto me traz uma coisa assim que fica aqui na garganta.
Bom mesmo é que tenho a comunidade. Ela é o meu esteio nesses últimos anos. Nem sei o que teria sido de mim não fosse ela. Gosto mesmo de me envolver com os eventos da Igreja. É tão bom arrumar as festas. E é costume por lá se comentar que quando estou à frente dos eventos eles são sempre os mais animados. Viram os festejos mais alegres e nos quais todos se sentem bem à vontade. Não sou eu quem digo isso não. São as pessoas.
A questão é que isto dá uma canseira imensa. Acaba que fica quase tudo nas minhas costas. Meu Deus, como o povo é preguiçoso.  É por isto que o padre já sabe. Tendo algo importante para fazer não vai atrás de Dalva, da Lídia, ou de uma outra desse tipo. Ele vem e me chama direto. Padre João sabe ou não sabe que nunca deixo a peteca cair?  
Ajudar dá orgulho? Claro que não. Ajudar é ser mais simples. É se colocar como servidora da família ou do grupo no qual e pelo qual se vive. Quem não vive para servir não serve para viver. Este devia ser o lema de todo mundo. Depois vou ver quem foi que falou uma coisa assim tão linda.
Será por que esta palavra orgulho me veio aqui agora no pensamento? Cabeça da gente tem dessas coisas. Há essas horas em que não conseguimos controlá-la. Descontrole mesmo eu sinto forte é quando vejo alguma precisão. Se tem gente precisada fico inquieta, aflita. Não consigo ficar quieta e aí é que entro direto no meio da roda. As pessoas não sabem se ajudar. Não têm a competência que eu nasci com ela para resolver as coisas. E sabe o que é pior? Lamentável de verdade é que depois ainda reclamam, veja só, de que passei por cima do que já faziam.
Semana passada a Flávia, minha filhinha tão querida e que foi tão bem cuidada, falou para mim esta doideira. Mãe, você tem que tomar mais cuidado para não ficar entrando assim na vida da gente. Fiquei três dias sem falar com ela. Que ingratidão chamar-me de mãe invasiva! Filho hoje em dia fala cada coisa com a gente! Como é que ela podia jogar palavras tão duras assim para a sua progenitora? Para aquela que lhe deu o ventre, a vida e o cuidado mais esmerado desde a primeira mamada? Aquela que cuidou das suas milhares de gripes e ela é sabedora de que houve algumas bem sérias. Enfermidades nas quais tive que ficar velando o seu sono acordada por longas noites.  
Por que me lembrei da epilepsia da Tia Cida? Será que foi porque continuei remoendo aquilo que a Flávia me falou esses dias? Só sei que aquele ataque na sala de aula foi como uma ponta de linha saindo de alguma gaveta e que achei que fosse de um pedaço pequeno e inadvertidamente puxei. Veio vindo tudo pra fora. Um carretel imenso. E quanto mais puxo mais me dá vontade de puxar. Vem chegando então, como neblina que entra no mundo sem pedir licença, uma tristeza danada das coisas que recordo.  Coração que é tão grande, tão quente e tão acolhedor vai ficando apertado. Acho que até diminui de tamanho.  
Os banhos, a princípio dados de vez em quando e depois, diariamente, nos irmãos mais novos. O cuidado de deixá-los bem arrumados, penteados e com as roupas bem bonitinhas. As outras atenções para com eles, o olhar carinhoso nos seus cadernos, a correção dos Para Casa. Certeza forte de que a mamãe os fora entregando, pouco a pouco, para que cuidasse deles. Nunca que dissera nada, mas tenho convicção de que descobrira que o instinto materno da filha era bem maior e melhor do que o dela e daí, até deixar que tomasse conta, quase totalmente deles, foi um caminho natural a ser trilhado.
A disponibilidade para com os amigos usando com competência o olhar de radar para perscrutar cada rosto, olhar e até a alma para descobrir lá no fundo do que precisava. A bolsa mágica sempre em prontidão quando em volta alguém necessitasse de algo. Os cuidados com os aniversários que nunca eram esquecidos e sempre comemorados, mesmo que fosse com um mero bilhetinho. Isto tudo era mera conseqüência do que tinha aprendido muito antes.
Até com gente que não era das proximidades se doava. As noites passadas com a mãe de Hugo. Mulher que nem conhecia, mas que se dispusera a ficar com ela, porque a família dele era pequena e os parentes, poucos que havia, moravam distantes. Com os de casa, com os amados, o cuidado sempre tem que ser total e nem deve entrar nesse tipo de conta.
A atenção com Armando, ufa, se ele ao menos sonhasse o tanto de trabalho que existia por trás das suas camisas impecáveis, que jamais havia deixado que a empregada passasse. Elas não sabem fazer direito, constatava mais uma vez. Flávia e os meninos que criara com tanto esforço, suor e lágrimas entregando-se toda, sem limites. Dando cada pedacinho do seu corpo e também da alma.
A comunidade e todas as festas do padroeiro e outras quermesses para angariar fundos, que lá havia realizado. Que vida bonita. Devia ter ganhado toda eleição de mãe e mulher do ano, que sempre era feita por aquele programa de rádio ouvido pela mãe há tanto tempo. Dela nunca a vira como potencial candidata a um prêmio assim.    
Um turbilhão de lembranças vem e vão, como no carrossel do parque onde levava as crianças nas tardes de domingo. E, meu Deus, nessas recordações há um padrão recorrente. Verdade que já o notara várias vezes, mas sempre com o cuidado de descartá-lo da memória, ainda quando sorrateiro vinha chegando. Ele agora estava mais teimoso e se insinuava nesse turbilhão de pensamentos noturnos. Como é indisciplinada esta minha cabeça!
Não é que se dava conta de que fora usada? Dava importância agora a algo que sempre que lhe aparecera fora deixado de banda. Ou dizer que tinha sistematicamente censurado esse sentimento era o que seria mais correto de se falar? Quando aquilo vencia a luta e permanecia nela, era deixado misturado a mais um tanto de coisas para ficar diluído, sem cor, odor e gosto. Agora não dava mais para esconder e o sentimento chegava claro como o céu azul de uma manhã de maio. Ah, Senhor, me acuda que isto é muito duro. Usaram-me a vida toda. Com 48 anos de idade me dou conta de que fui burra de carga vida afora. Como dói esta descoberta.
O muito do que tanto me orgulhava passou solenemente despercebido pelas pessoas que carreguei, ajudei, apoiei, suportei, alimentei, limpei, nutri, ensinei, acompanhei, servi, encaminhei, cuidei amei e tantos outros verbos que poderia rabiscar, como escrevem os presos, nesta parede branca atrás de mim. Ah, que vem de novo esta palavra que tem me perseguido.
Orgulho, termo que na minha simplicidade sempre fugi dele. Fugi porque era meu. Desviei-me dele porque não estava pronta para acolhê-lo. Palavra que coloco agora na minha identidade e a assumo toda, em cada letra, risco ou curva da sua escrita. Sim, tenho orgulho da minha vida. Estou muito orgulhosa de tudo que fiz. A tristeza teria ido embora correndo, do mesmo jeito que chegou se houvesse uma palavrinha mágica: reconhecimento. Esta eu não encontro, como deveria, ao olhar os passos que dei pela vida.
Ninguém me reconheceu como era de se esperar. Reconhecimentos mesmos. Desses assim de fazer por mim, pelo menos, a metade do que realizei pelo outro. Desses completos acabo concluindo que não tive nenhum. Será que o mundo todo é assim? Ou a verdade é que o Senhor foi injusto comigo e me colocou num pedaço da terra onde as pessoas são diferentes e não sabem reconhecer o que se faz por elas?
Desde Tia Cida até Flávia, passando por Armando, pelas lideranças da comunidade, pela mãe de Hugo, que nunca nem me mandou um buquê de rosas, ninguém teve por mim o cuidado que por eles eu fiz questão de ter. Será que é assim mesmo? Será que estou errada? E se estiver enganada, como fazer diferente? Eu sou assim. Deus me fez assim e não sei mudar. A gente tem que mudar se já passou mais da metade da vida, sendo de um jeito diferente daquele que vislumbra, como uma maneira nova que pode chegar a achar que deva ser?  
Não sei se é sim ou não a resposta, mas o que sei é que, por vingança de tudo que não viram e reconheceram em mim, a partir de agora sou outra mulher. Sim, eu mudei. Não fosse esse um lugar de silêncio iria sair gritando a minha transformação. Eles vão ver como terão que se virar sem mim. Ficarei quieta no meu canto e não me mexerei, mesmo que muitos outros ataques, doenças, necessidades, gripes, presenças, malas, festas, camisas, remédios, vigílias, sapatos e o que mais vier, apareçam.
Nesse frio eu aqui tresnoitada no final da madrugada no hospital, sentada diante desta cama e com a cabeça louca. Minha mãe pirou de vez. É o que diria Flávia se me visse agora. Estou trêmula, o rosto queima, a cabeça fervilha loucamente. Exatamente o contrário do que sinto estar vivendo este rosto inerte de mulher que só conhecia como a mãe da gerente da Flávia. Terminal o seu estado e parece mais vegetar do que viver mesmo. Na escala feita pelas amigas do escritório essa seria a noite de Flávia e como, todos que a conhecem são sabedores, ela detesta hospital e tudo que diga respeito a doenças. Perguntou-me, como quem não quer nada, se poderia vir no seu lugar por se sentir cansada. Sabia a danada que não ia dizer não. Eu nunca digo não.
Vim correndo. Cheguei já cansada e para passar mais rápida a noite até que fiz umas boas tentativas de conversar com a paciente, mas ou não está consciente, apesar dos movimentos, ou não quis responder. A enfermeira numa visita de tirar pressão falou, sem me olhar, que era bobagem tentar conversar. Que quando já estão assim já se foram. Só estão esperando mesmo é o coração desconfiar que acabou tudo e então parar de vez. Só sei que esse rosto tem algo de familiar que não consigo identificar. Rosto vincado e seco de mulher muito sofrida. Doente há muitos anos, conforme me contara Flávia. Sem conversa possível restou naquele quarto de pouca vida o silêncio e a cabeça doida viajando, sem rumo, nas lembranças do que vivi para os meus e para os demais.
Como é que ela se chama mesmo? Que horror, venho passar a noite com uma velha da qual nem sei o nome. Ao lado a prancheta presa no pé da cama com as prescrições médicas. Que grande coincidência, a doente tem o mesmo sobrenome da Tia Cida. A pessoa primeira da qual me lembrei ao começar a vigília da noite e que foi como o botão que se liga e que deu início ao turbilhão de pensamentos e sentimentos que me invadiram. Foi a partir da lembrança do que nos ocorrera naquele dia na escola, que a tampa da panela de repente se abriu e desencadeou tanta coisa no meu coração.
Eignomosyni era o sobrenome dela. Sobrenome estrangeiro, acho que a família era grega e que por ser tão diferente e mais ainda, pelo acontecido naquela manhã, eu nunca poderia mesmo me esquecer. Meu Deus do céu será que são parentes? Esse frio que me subiu pela espinha, fazendo com que lançasse o corpo, como se num susto, para a frente na cadeira, deve estar me dizendo algo. Ele, quando vem, tem sempre alguma coisa a me revelar.  
Levanta-se de um pulo e vai até a mesinha no canto. Nela, além de dois copos, uma jarra de suco parecendo artificial e que devia ter sabor duvidoso, umas frutas sob um pano de prato e um pacote de biscoito preso por um clipe, aguardavam pela sede e fome que não tinham chegado. Havia também uma Bíblia já surrada pelo tempo. Na doença eles sempre se lembram de Deus. O livro, de uma edição mais antiga, vê-se logo que fora bastante manuseado. Abre a primeira página e dos seus olhos despencam duas grossas lágrimas. Com aquela letra que nunca tinha esquecido estava escrito: ‘’Esta Bíblia pertence à Maria Aparecida Eignomosyni”.
Fernando Cyrino
Enviado por Fernando Cyrino em 16/07/2010
Alterado em 29/07/2010
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